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Ao
decidir escrever sobre esta que é a maior
realização já executada por dirigentes de esporte amador no Estado do Rio de
Janeiro que jamais desistiram de perseguir uma chama de esperança durante 54 (cinqüenta
e quatro) anos, e ao longo de gerações de mestres, professores, monitores,
atletas, seus familiares e o grande público, tive em mente enfatizar junto aos internautas
leitores que todos os sonhos legítimos são possíveis de transformarem-se em realidade.
Para
não correr o risco de esquecer qualquer nome dentre aqueles que, direta ou
indiretamente, foram responsáveis pelo sucesso de tão grandiosa e benemérita
missão, afirmarei, apenas, que todos os que mentalizaram, de forma positiva e
construtiva, para que o Centro de Treinamento da FJERJ se tornasse uma
realidade estadual, nacional e internacional são merecedores do respeito e reverência reservados
aos que pensam grande e honram sua nacionalidade em todos os segmentos da
sociedade brasileira onde atuam.
Nossa história tem início em uma antiga edificação existente
na Praia do Flamengo nºs 66/68, Bairro Flamengo, Cidade do Rio de Janeiro, que
servia de garagem de barcos da equipe de remo do Clube de Regatas
do Flamengo, bem como palco de concorridos bailes de carnaval e de formatura, além de
inesquecíveis competições de Judô.
Clube de Regatas do Flamengo
Estou
me referindo à famosa Sede Velha do Clube de Regatas do Flamengo, cenário - durante
as décadas de 50 e 60 - de memoráveis competições de Judô com a participação de
atletas brasileiros campeões panamericanos, sul-americanos, nacionais,
estaduais, etc.
No
centro do Salão existente no 2º andar (vazado para o piso superior) era montada
01 (uma) área de luta, com o público sentado ao seu redor ou nas cadeiras
localizadas no 3º andar.
O
Judô do Estado do Rio de Janeiro deve agradecimento eterno ao Clube de Regatas
do Flamengo que sempre cedeu suas instalações, a custo zero, na então
denominada Sede Velha para tornar possível a realização de décadas de torneios.
As imagens, a seguir, permitirão aos leitores imaginarem o clima em que ocorriam aquelas
disputas, bem como conhecer um mínimo do interior daquele prédio.
Com
a venda daquele imóvel para uma construtora, o Judô do Rio de Janeiro perdeu um
espaço tradicional e quase que garantido para suas competições.
Seus
dirigentes que já administravam um esporte sem recursos, Entidade e/ou Sede Social
próprias visto estar vinculado à Federação Carioca de Pugilismo, passaram a desenvolver
um esforço ainda maior para conseguirem viabilizar e realizar, daí para frente,
os calendários anuais.
Não
fosse a compreensão, apoio, boa-vontade, generosidade e elevado espírito
comunitário de solidários diretores de Clubes, Associações, Universidades,
Escolas, tais como: Tijuca Tênis Clube, Universidade Gama Filho, Escola Nacional de Educação Física e Desportos - ENEFD da Universidade do Brasil, Escola de Educação
Física do Exército, Satélite Clube, Montanha Clube, Assoc. Atlética Banco do
Brasil, Assoc. Func. da Souza Cruz, Pontifícia Universidade Católica - PUC, Clube Monte Sinai, Clube Municipal, Clube
Monte Líbano, Clube Sírio Libanês, Clube de Regatas Vasco da Gama, Botafogo de
Futebol e Regatas, Clube Naval Piraquê, Clube de Regatas Gragoatá, Ginásio Caio
Martins, Colégio Franco-Brasileiro, Icaraí Praia Clube, dentre outros, o Judô competitivo
do Rio de Janeiro, fora das academias e Judô-Clubes, não teria evoluído e alcançado o
estágio em que ora se encontra.
Sou
testemunha das inúmeras vezes em que após conseguirmos obter, no começo de cada
ano, cessões não onerosas de espaços para os nossos torneios, éramos
informados, alguns meses após, que tais empréstimos não seriam possíveis e que
deveríamos procurar outros espaços para aquelas datas já agendadas.
A Fundação da Federação Guanabarina de Judô no dia
09/08/1962, (sucedida pela atual Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro),
bem como a compra de sua primeira sede própria (Avenida
Presidente Vargas, nº. 590, 20º andar, grupo 2.005, Centro, Rio de Janeiro) - negócio
somente possível através de recursos doados por professores e praticantes que
se transformaram em
Sócios Beneméritos (Pessoas Físicas) e em Sócios Benfeitores
(Judô-Clubes, Academias e Associações) - foram as primeiras demonstrações efetivas de que o Judô Carioca seria capaz
de se unir para superar dificuldades, adversidades e diferenças pessoais,
momentâneas ou não, em prol do bem comum.
Os
sucessivos administradores com muita determinação e zelo pelo Judô conseguiram
manter a chama federativa acesa, porém, o nosso grande sonho, um Centro de
Treinamento que permitisse romper os grilhões que nos mantinham reféns e dependentes
de favores de terceiros, eliminar a imagem de pouca representatividade em
relação a nossos pares nacionais e internacionais e, acima de tudo, demonstrar
aos praticantes que eles passariam a ter um espaço institucional de qualidade e
com dimensões compatíveis com a grandeza do esporte por nós cultuado como arte
e filosofia de vida, permanecia inatingível.
Dia 04/10/2008
O
sucesso, que sempre acaba encontrando e premiando aqueles que possuem um norte
próprio, não mais se escondeu da FJERJ e nesse dia inesquecível brindou a entidade com a cerimônia de assinatura da cessão
de um ginásio situado em área militar, com transporte público e estação
ferroviária à porta, para ali ser, finalmente, iniciada a construção e
materializado o projeto de um CENTRO DE TREINAMENTO DE JUDÔ.
Esse primeiro e fundamental passo somente foi possível pelo
engajamento, dedicação e zelo de mestres e professores do Judô Estadual que, embora
sequer mencionem o fato, foram os responsáveis pela aproximação dos
representantes da FJERJ com autoridades do poder público e, após muito
trabalho, determinação e persistência conseguiram viabilizar uma exitosa parceria
entre o Ministério da Defesa através do Clube do Círculo Militar (CMVM), a
Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro (FJERJ) e a Secretaria de Esporte
de Alto Rendimento do Ministério de Esporte.
06/12/2009
Data da inauguração do CENTRO DE TREINAMENTO DA
FJERJ, sito à Estrada São Pedro de Alcântara, 2020, Vila Militar, Bairro
Deodoro, Rio de Janeiro, RJ., Cep 21610-000;
Logística
- Possui uma parada ferroviária fronteira ao endereço:
Estação da Vila Militar;
- É atendido por diversas linhas de ônibus;
- Conta com amplo e policiado estacionamento com
capacidade para 300 (trezentos)
veículos;
- Encontra-se em uma área que será cenário de
inúmeras programações durante os
Jogos Olímpicos de 2016.
Facilidades
- Permite a recepção de um público
sentado de 1.200 (mil e duzentos) espectadores, já tendo recebido, em diversas
ocasiões, um número de circulantes superior a 2.500 (dois mil e quinhentos)
entre atletas, familiares e visitantes, árbitros, funcionários, colaboradores, etc.;
- Dispõe de 06 (seis) áreas de luta;
- 450 (quatrocentos e cinqüenta) tatames
próprios;
- Vestiários, salas de pesagem, reunião,
departamento técnico, departamento médico, área de concentração para atletas,
banheiros públicos e amplos espaços para guarda de bens patrimoniais e serviços gerais.
Finalizo, enfatizando serem merecedores de nosso
entusiasmo os mestres, professores, monitores, praticantes e seus familiares, árbitros,
mesários, funcionários, pessoal de apoio, o expressivo público que prestigia as
competições, e todas as autoridades que caminhando ao lado da FJERJ estimularam
e tornaram possível a materialização de um sonho de 54 (cinqüenta e quatro)
anos: o projeto de Construção do Centro de Treinamento da Federação de Judô do
Estado do Rio de Janeiro, importante referência junto aos demais entes federativos
no Brasil e no Exterior.
Autor: Augusto Acioli de Oliveira
Judô Clube Juventude (1964-1971)
3º Dan diplomado pelo Prof. Fuyuo Oide da Associação Lapa-Budokan em 25/05/1969
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